Planeta dos Macacos – o reinado [crítica/resenha]

Kingdom of the Planet of the Apes

A jornada do herói, método narrativo presente em diversas histórias, consiste basicamente em ter o personagem em um mundo comum, sofrer com uma desestabilização do lugar, encontrar um mentor e partir para uma aventura com amigos e enfrentar inimigos e monstros. No novo filme da franquia Planeta dos Macacos, o roteirista Josh Friedman leva ao pé da letra esse modelo para construir uma nova aventura a partir da obra de Pierre Boulle, autor do livro que deu nome ao filme.

Planeta dos Macacos: o reinado é uma boa continuação da franquia que fez bastante sucesso ao longo do tempo. O primeiro filme foi em 1968. Nele, o astronauta George Taylor, interpretado por Charlton Heston, chega a um planeta onde a espécie dominante é o macaco. Os seres humanos vivem como animais irracionais, não falam e são perseguidos. É a obra mais próxima ao livro de Boulle. Os outros filmes dessa sequência foram De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), Fuga do Planeta dos Macacos (1971), A Conquista do Planeta dos Macacos (1972).

No ano de 2001, houve outro filme que reinicia a franquia. Dirigido por Tim Burton, Planeta dos Macacos (2001) não se vincula às obras anteriores. A premissa é a mesma do primeiro filme. Já em 2011, no Planeta dos Macacos: a origem, Rupert Wyatt conta como surgiu o primeiro macaco, César, que conseguiu falar e desafiou o domínio humano na Terra. Esse e os filmes seguintes passaram a narrar como os homens deixaram a posição de grupo dominante e os macacos se tornaram a espécie principal. Em 2014, o público pode ver Planeta dos Macacos: o confronto e; no ano de 2017, Planeta dos Macacos: a guerra. Nessa duas produções, o personagem central continua a ser César que exerce o papel de líder dos macacos.

No filme mais atual, o reinado, César não aparece. Ele é apenas um mito alimentado por um grupo de macacos extremistas e esquecido por outra parcela da população dos símios. O foco agora é Noa, integrante do Clã das Águias que precisa resgatar a família e os integrantes da sua comunidade que foram presos por um macaco fanático que quer se tornar senhor absoluto de toda a espécie.

Todas as produções do Planeta dos Macacos, além de narrar a saga distópica dos símios, é um convite a observar como a tecnologia de produção, efeitos visuais e edição mudou durante as décadas. Nos primeiros filmes, tínhamos atores comuns com máscara e maquiagem no papel dos macacos. Já a partir dos anos 2000, a computação gráfica toma lugar, mas deixa, muitas vezes, as suas marcas de artificialidade. Na obra mais recente, cenários e personagens estão realistas.

Em o reinado, o diretor Wes Ball faz o feijão com arroz bem feito, como se diz na linguagem popular. É um combinação que gera resultados positivos: estrutura narrativa delimitada, efeitos visuais, história já experimentada anteriormente e um final que se mostra previsível, mas tem um contorno atraente para o público.

Avaliação de Planeta dos Macacos: o reinado

Planeta dos Macacos tem nota 7,1 de 10 no IMDB. No metacritic, o filme 66 de 100 na avaliação da imprensa especializada. A produção tem índice de 80% de satisfação no Rotten Tomatoes. Na minha opinião, a nota é 4,5 de 5.

Elenco de Planeta dos Macacos

Owen Teague – Noa
Freya Allan – Nova, Mãe
Kevin Durand – Proximus César
Pedro Macon – Raka
William H. Macy – Trevathan
Eka Darville – Silva
Travis Jeffery – Anaya
Lídia Peckham – Logona
Neil Sandilands – Koro