Lydia Tár é uma famosa musicista e regente da Orquestra Filarmônica de Berlim. Primeira mulher a ocupar esse posto, Tár tem um comportamento questionável, e usa seu poder para assediar integrantes do grupo. Sua situação se agrava quando uma ex-integrante da filarmônica se suicida e deixa indícios de que foi vítima de violência psicológica por parte dela.
A personagem é interpretada pela atriz Cate Blanchett. No início do filme, somos apresentados ao seu mundo luxuoso e exclusivo: motorista particular, um grande apartamento e uma assessora que cuida de todos os detalhes do seu dia a dia fazem parte de sua rotina.
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Com diversos desafios no trabalho, Tár prepara a orquestra para uma gravação ao vivo da Sinfonia nº 5 de Gustav Mahler. Ao mesmo tempo, escreve suas memórias e revisita momentos do passado. O filme conduz a narrativa para mostrar como a regente lidera o grupo musical.
Os primeiros sinais de sua conduta moralmente questionável surgem na seleção de uma nova violonista. Com interesse sexual em uma jovem musicista, Tár manipula o comitê de avaliadores para que escolham sua candidata preferida.
Tár não percebe seus traços autoritários. Embora tenha consciência de ocupar um espaço historicamente masculino, ela reproduz o mesmo comportamento misógino de seus antecessores.
Tár é dirigido por Todd Field que também escreveu o roteiro. Conhecido por filmes aclamados que exploram psicologia e moralidade, o diretor fez In the Bedroom (2001) e Pecados Íntimos (2006), ambos indicados ao Oscar. Seu estilo se destaca por narrativas sutis, realismo e personagens complexos.
Uma parcela da crítica não gostou do filme. Tar foi considerado como um filme lento e sem atrativos. Houve ainda discussões a respeito do comportamento da regente. O site Concerto fez um levantamento de como especialistas do universo da música receberam a obra de Todd Field. O texto cita Marin Alsop que afirmou que se sentiu ofendida pela representação feita no longa. Segundo ela, “a oportunidade de retratar uma mulher em um posto de liderança e fazer dela uma abusadora, isso me entristeceu”.
Apesar disso, Cate Blanchett venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama por sua performance. A atuação como Lydia Tár foi elogiada pela crítica. Esse foi seu quarto Globo de Ouro.
Avaliação de Tár
O filme recebeu nota 7,4 de 10 no IMDB. A avaliação de Tar no Metacritic foi 93 de 100. No Rotten Tomatoes, 91% do público disse que vale a pena assistir. O Los Angeles Times afirmou que “Tár é um excelente estudo de personagem e uma peça altamente persuasiva de construção de mundo”.
Ficha Técnica Tár
Cate Blanchett – Lydia Tár (Protagonista)
Nina Hoss – Sharon Goodwin (Assistente de Tár)
Noa Colletti – Olga Metkina (Violonista)
Mark Strong – Andris Davis (Maestro da Orquestra)
Julian Glover – Emanuel Balsan (Membro da Orquestra)
Sylvia Flote – Alisha (Assistente de Tár)
Tomasz Kot – Konrad (Colega de Tár)
Zachary Quinto – Ted (Personagem secundário)
Adam Gnade – Guy (Personagem secundário)
Direção e Roteiro: Todd Field
Produção: Todd Field, Scott Lambert, Alexandra Milchan
Direção de Fotografia: Florian Hoffmeister
Montagem: Monika Willi
Trilha Sonora: Hildur Guðnadóttir