Uma família de Nova York tira uns dias de férias e vai para uma casa em uma região isolada. Logo no primeiro dia de praia, acontece um incidente com um navio petroleiro. Eles estavam na areia quando a embarcação gigantesca vai em direção a todos e, por sorte, fica encalhada. O susto já anuncia o que viria mais a frente com sistemas de navegação de aeronaves sem funcionar adequadamente, problemas com GPS de carros e na transmissão de internet.
Leia também: Napoleão: um personagem grandioso para um filme pequeno
À noite, os proprietários da casa onde a família está hospedada aparecem misteriosamente. Eles pedem para também dormirem no local, já que houve um blecaute na cidade e não conseguem entrar no prédio onde vivem. A desconfiança paira entre todos e há uma espécie de tensão racial, já que a família é de pessoas brancas e os visitantes são um homem negro e a sua filha. Esse é o único elemento bem trabalhado no filme. De resto, a obra se limita a vislumbrar um cataclisma provocado pela tecnologia e como os diferentes tipos de pessoas sobreviveriam a ele.
O elenco de O mundo depois de nós tem atores de peso como Julia Roberts, que interpreta a publicitária Amanda, Ethan Hawke, que faz o papel do marido dela, e Mahershala Ali, que é proprietário da casa alugada pela família. Além deles tem Kevin Bacon em um papel secundário como o vizinho estranho que previu tudo e se preparou com antecedência para a crise. O filme tem direção de Sam Esmail, que dirigiu a aclamada série Mr. Robot.
O Mundo depois de nós é lento e enfadonho. Ele tenta elevar a carga de tensão ao explorar cenas com diálogos mais densos e o uso de uma trilha sonora lúgubre. Mas a obra não avança. Está muito distante da carga de angústia que obras clássicas do suspense provocam e da narrativa usual que um blockbuster consegue fazer com certa facilidade.
Avaliação de O Mundo depois de Nós
O Mundo depois de nós tem avaliação de 6,7 de 10 pontos no IMDB. No Metacritic, a imprensa especializada em cinema apontou que ele tem nota 67 de 100. O jornal The Wrap deu nota 90 ao filme e disse que o elenco conhecido do grande público ajuda o espectador a lidar com as duas horas de duração. Por outro lado, o New York Times afirmou que o filme lança tantas coisas que estão ruins nos Estados Unidos que, ao final, a audiência acaba concordando com pelo menos alguma delas.
Na minha opinião, a nota do filme deveria ser 6. Isso não tem relação com a duração ou a forma de construção das cenas com ritmo mais lento. O problema é a falta de objetividade em aprofundar a situação que os personagens vivem. O filme, no início, cria uma expectativa que a história terá uma certa carga de tensão ou de violência, mas nada disso acontece.
Ouça o nosso podcast sobre Arte, Educação, Literatura e Comunicação
