Multiverso. Se você foi ao cinema nos últimos tempos é bem provável que tenha se deparado com essa palavra em um filme. Popularizada nas obras de super-heróis, a ideia sobre o multiverso virou o “gancho” para os cineastas Dan Kwan e Daniel Scheinert criarem Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, que faz uma paródia da possibilidade de haver incontáveis realidades alternativas.
A sinopse do filme é a seguinte: “cheio de ação e humor, conta a história de Evelyn Wang (Michelle Yeoh) uma mulher que se envolve por acaso em uma aventura multidimensional que coloca o destino de todos os universos em suas mãos – e também a faz questionar quem ela é para si mesma e sua família”. Esta é a versão apresentada nas salas do Cinemark.
A história começa com Evelyn Wang (Michelle Yeoh) em um conflito familiar com o marido, Waymond Wang (Ke Huy Quan). De origem chinesa, eles administram uma lavanderia nos Estados Unidos. Waymond está prestes a pedir o divórcio e os negócios da empresa não estão bem. A família precisa prestar contas sobre despesas à Receita Federal e se deparam com uma auditora ranzinza e desconfiada interpretada por Jamie Lee Curtis. Ao chegar ao prédio da instituição, Evelyn tem contato pela primeira vez com a versão do marido dela que está em outro universo. Waymond precisa da ajuda dela para vencer uma entidade maligna que quer destruir o multiverso.
O filme tem uma série de referências a uma das maiores obras do cinema, Matrix. A primeira delas é que Waymond está dentro de uma van com dois hackers e com a ajuda da tecnologia, ele consegue fazer a sua mente viajar pelo multiverso. Isso lembra Neo, Morfeu e Trinity abordo da Nabucodonosor. Outro elemento importante é que eles podem acessar as habilidades das versões deles mesmos ao longo de todo o multiverso. Então se em um mundo, Evelyn aprendeu Kung Fu, ela pode usar esse conhecimento para lutar contra inimigos em outro universo.
Essas diversas interações entre universos fazem Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo parecer um tanto caótico. No entanto, a intenção dos diretores é esta. Eles aproveitam a ideia do multiverso para tratar de um tema humano e que liga a todos: relações familiares. No fim, o que interessa é o quanto estamos dispostos a ver, perceber e sentir o outro em sua essência sem julgamentos.
Então não se assuste se em alguns momentos o filme soar como algo bizarro ou ridículo como quando mostra um universo em que todas as pessoas têm dedos de salsichas ou como no momento em que a vilã revela como pretende destruir o multiverso com uma rosquinha. A falta de noção faz parte. Se você já viu algum filme de Quentin Tarantino tem uma ideia do que é exagero no cinema. A receita é seguida pelos diretores de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo.
Onde assistir Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo?
O filme está disponível para assistir on line na Amazon Prime Vídeo. A estreia na plataforma de streaming foi na sexta-feira, dia 24. Por isso, se você tem essa ferramenta não é necessário recorrer a arquivos em Torrent. No cinema, a obra está em cartaz em salas do Cinemark e Kinoplex. Verifique aqui nos sites o horário de exibição.
O tempo de duração do filme é de 2h19 minutos.
Leia também: Homem Formiga e a Vespa: Quantumania: vale a pena assistir?
Premiações: Oscar e Bafta
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo foi indicado em 10 categorias para o Bafta, prêmio da Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão. O filme foi vitorioso como Melhor Montagem e Edição.
Antes do Bafta havia a expectativa para que o filme recebesse mais premiações. No entanto, outras obras como Nada de Novo no Front e Elvis acabaram por se destacar.
No Oscar, direção, produtores e elenco são apontados como possíveis vitoriosos. A obra concorre em 10 categorias e lidera o número de indicações. São elas: Melhor Filme, Direção, Figurino, Atriz (Michelle Yeoh), Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan), Montagem, Atriz Coadjuvante (Jamie Lee Curtis e Stephanie Hsu), Roteiro Original, Trilha Sonora Original, Canção Original.
Notas IMDB, Meta Critic e Rotten Tomatoes
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo tem nota 8 de 10 no IMDB.
No Metacritic, que reúne avaliações da imprensa especializada, a obra recebeu 81 em uma escala que vai até 100. A menor avaliação foi da revista The New Yorker (40 pontos) que considerou como um “filme doentio e cínico”. Mas houve quem desse nota máxima como o The Independent que afirmou que “reflete representações familiares de estados alterados (…) É ao mesmo tempo orgulhosamente pueril (…) e incrivelmente sincero sobre a labuta diária do trauma intergeracional”.
No Rotten Tomatoes, a nota do filme está em 95%. Elvis, um dos principais adversários no Oscar, está com 77%. Já Nada de Novo no Fronto está com 90%.
Ficha técnica de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Título original: EVERYTHING EVERYWHERE ALL AT ONCE
Gênero: Comédia
Direção e Roteiro: Dan Kwan / Daniel Scheinert
Elenco:
Michelle Yeoh – Evelyn Wang
Stephanie Hsu – Joy Wang / Jobu Tupaki
Ke Huy Quan – Waymond Wang
James Hong – Gong Gong
Jamie Lee Curtis – Deirdre Beaubeirdre
Tallie Medel – Becky Sregor
Jenny Slate – Debbie the Dog Mom
Harry Shum Jr. – Chad
Biff Wiff – Rick
Classificação indicativa: 14 anos
Ouça o nosso podcast sobre Arte, Educação, Literatura e Comunicação
