For all mankind e a corrida especial que nunca terminou

For All Mankind - Apple TV - resenha, temporada 4

Em 1969, cosmonautas da União Soviética pousam na Lua e são os primeiros a cravar a bandeira de um país naquele satélite. A Nasa, os astronautas americanos e o mundo inteiro assistem atônitos ao momento histórico. A consequência de ter ficado para trás na corrida lunar faz os Estados Unidos dobrarem os investimentos e a aposta em seu programa espacial.

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Essa é a história de For All Mankind. A série da AppleTV está na terceira temporada e os fãs aguardam ansiosos pela quarta fase. O percurso de cada episódio obedece a uma ordem cronológica e inicia no final da década de 1960 até chegar aos anos 1990. Fatos históricos são reescritos à medida que acontecimentos fazem a disputa pela corrida especial não terminar. Chernobyl nunca chegou a ocorrer porque havia tecnologia para corrigir os danos da usina, graças à tecnologia dos foguetes. Bill Clinton não teve um caso com Monica Lewinsky já que ele foi derrotado na campanha por uma ex-astronauta da Nasa.

Apesar desses casos curiosos, a série não trata apenas de política, mas também da vida dos astronautas, suas dores e amores, os desafios em manter o programa espacial e as disputas pelo domínio das viagens fora da Terra.

O nome da série For All Mankind, do inglês por toda a humanidade, é uma forma de contraposição ao discurso do cosmonauta soviético que desce primeiro no solo lunar. Na história real, Neil Armstrong disse: “É um pequeno passo para o homem e um grande salto para a humanidade”. Já na série a frase dita foi uma saudação “ao modo de vida marxista-leninista”.

O protagonista da série é Joel Kinnaman. Ele interpretou Robocop no filme de José Padilha. Há um tempo comentei que ele merecia um filme de qualidade ou série para que pudesse mostrar seu trabalho. Acredito que sua redenção é For All Mankind. Na trama, ele interpreta a Edward Baldwind, um importante astronauta da Nasa. Sua história, entretanto, não se limita aos desafios de lidar com as dificuldades das viagens espaciais, conhecemos também o relacionamento com a esposa, os filhos e os amigos e como tudo isso atravessa o trabalho.

A primeira temporada da série é dedicada às dificuldades em pousar no solo lunar e no desejo de construir uma base operacional lá. A segunda trata dos dramas que os astronautas vivem na Terra com as suas famílias. Somente mais ao final, diante de um conflito entre americanos e soviéticos por território na Lua e o uso de armas no espaço, que o foco se volta para o que ocorre fora do planeta. A terceira temporada é sobre uma nova corrida. Dessa vez, para se chegar a Marte.

Além disso, nos 30 episódios já disponíveis on line, o público pode ver a trajetória de uma jovem imigrante mexicana até chegar a ocupar um cargo na Nasa, a luta de uma mulher negra para se tornar astronauta, a dificuldade de uma piloto para esconder a própria sexualidade para não ser desligada do programa por ser lésbica, a dor de um pai que perde o filho e os problemas de alcoolismo dos comandantes que se tornam celebridades.

Avaliação da série no IMDB

A série For All Mankind começou a ser veiculada na Apple TV em 2019. No IMDB, a nota dela é 8,1 de 10. No Metascore, ela tem nota 73 de 100. Foram 31 avaliações positivas e 13 negativas. O jornal USA Today descreveu a série como “emocionante, tensa, dramática, comovente, exaltante e irritante ao mesmo tempo”.

Ficha técnica de For All Mankind

Criação – Ronald D. Moore / Ben Nedivi /Matt Wolpert

Joel Kinnaman – Edward Baldwin

Michael Dorman – Gordo Stevens

Wrenn Schmidt – Margo Madison

Shantel VanSanten – Karen Baldwin

Jodi Balfour – Ellen Wilson

Krys Marshall – Danielle Poole

Cynthy Wu – Kelly Baldwin


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