Leon Tolstói, o renomado escritor russo, expressou sua visão sobre a arte em seu livro “O Que é Arte?”, publicado em 1897. No texto, ele afirma que arte é é uma expressão criativa que transcende as palavra e ser para expressar sentimentos a partir de um conjunto de códigos reconhecíveis para as pessoas.
Segundo Tolstói, a arte transcende os interesses individuais do artista e conecta com os sentimentos comuns e a experiência compartilhada pela humanidade. Ele defendia que a verdadeira arte tem o poder de despertar um senso de comunhão entre as pessoas.
Leia também: The Dropout e a invenção que só funcionou na cabeça de Elizabeth Holmes
A dificuldade em pensar a arte na atualidade é porque, para algumas pessoas, ela parece algo distante. Soa, muita vezes, como uma propriedade da elite e distante do sujeito comum.
No documentário “Como a Arte Fez o Mundo” (“How Art Made the World”), o professor e historiador da arte Nigel Spivey explora o impacto e a importância da arte na história da humanidade, mostrando como ela está presente no nosso cotidiano e não apenas dentro de museus.
A proposta do documentário é examinar como a arte, desde as primeiras representações pré-históricas até as obras de arte mais sofisticadas da antiguidade clássica, influenciou e moldou a cultura e a sociedade humana. Através de análises de obras de arte em diversos locais ao redor do mundo, o documentário aborda temas como o papel da arte na religião, política, expressão pessoal, comunicação e representação do poder.
Cada episódio da série aborda um tópico específico relacionado à arte e sua influência:
- “A História da Arte como Ficção”: Explora como as primeiras pinturas rupestres podem ter sido a origem das narrativas visuais, utilizando a arte para contar histórias e representar o mundo.
- “O Dia em que as Imagens Nasceram”: Fala sobre a descoberta da perspectiva, que permitiu a criação de representações mais realistas e detalhadas do mundo.
- “O Artista e o Retrato”: Analisa a função dos retratos na história, desde representações dos governantes como uma forma de propaganda até o uso da arte para expressar a individualidade.
- “Sob a Pele”: Explora a arte como meio de comunicação, desde a arte corporal tribal até a arte religiosa que tenta representar a essência espiritual do ser humano.
- “O Nascimento da Abstração”: Aborda o desenvolvimento da arte abstrata e como ela desafiou a noção tradicional de representação e beleza.
Arte e o belo: a questão estética
Um dos temas presentes no documentário é a discussão sobre arte e o belo. Na estética clássica, a beleza é baseada em proporções harmônicas e ideais que despertam um senso de ordem, equilíbrio e perfeição. Essa visão tende a valorizar a simetria, a clareza e a simplicidade. Por outro lado, a visão sobre o que é belo pode ser subjetiva. A beleza é uma experiência pessoal e única para cada indivíduo.
Outra corrente de pensamento também aponta que o belo na arte pode ser encontrado na capacidade de uma obra de arte de desafiar as convenções estéticas e romper com o que é considerado tradicionalmente bonito. A originalidade, a inovação e a ruptura de padrões podem ser vistos como elementos de beleza por si só.
Gêneros, épocas e períodos
No estudo sobre História da Arte, a busca de períodos, gêneros e marcos temporais ajudam a entender as características de cada época e, mais do que isso, a saber como os fatores sociais, políticos e econômicos se interelacionaram com o próprio fazer artístico. Em meus estudos, procuro fazer essa divisão de tempo da seguinte maneira. Essa divisão é o que observo em diversas publicações sobre história da arte:
- Arte Pré-Histórica (até aproximadamente 3.000 a.C.): Compreende as primeiras formas de expressão artística da humanidade, como as pinturas rupestres.
- Arte Egípcia (c. 3.000 a.C. – 30 a.C.): Caracterizada pelas grandes construções, como as pirâmides, tumbas e templos, além de esculturas e murais.
- Arte da Grécia Antiga (c. 800 a.C. – 146 a.C.): Conhecida por suas esculturas realistas, arquitetura monumental, cerâmicas decoradas e pinturas em vasos.
- Arte Romana (c. 509 a.C. – 476 d.C.): A arte romana foi influenciada pela arte grega e caracterizada por sua arquitetura, esculturas, afrescos e mosaicos.
- Arte Bizantina (século IV – século XV): Caracterizada pela arte religiosa, especialmente mosaicos e ícones, que eram importantes para a espiritualidade e a liturgia da Igreja Ortodoxa Oriental.
- Renascimento (século XIV – século XVI): Marcado por um renascimento do interesse pelas artes clássicas da Grécia e Roma, o Renascimento trouxe um foco na perspectiva, anatomia e retratos realistas.
- Barroco (século XVII – século XVIII): Caracterizado por movimento, dramatismo e ornamentos exuberantes.
- Rococó (século XVIII)
- Romantismo (final do século XVIII – meados do século XIX): Um movimento artístico e cultural que valorizava a emoção, a natureza e a imaginação.
- Realismo (meados do século XIX): Preocupado em retratar a realidade cotidiana e social. Rejeitava o idealismo e os temas mitológicos.
- Impressionismo (final do século XIX): Um movimento que buscava capturar a luz e as impressões visuais imediatas, com pinceladas soltas e cores vibrantes.
- Expressionismo (início do século XX): Retratava o mundo de maneira subjetiva e intensa.
- Cubismo (início do século XX)
- Surrealismo (década de 1920)
- Abstracionismo (década de 1910 – em diante): Movimento que busca romper com a representação figurativa.
- Arte Contemporânea (década de 1960 – em diante): Um amplo espectro de estilos e abordagens artísticas que se desenvolveram após a Segunda Guerra Mundial.
Visite: https://www.louvre.fr/en
Ouça o nosso podcast sobre Arte, Educação, Literatura e Comunicação