Planeta dos Macacos, de Pierre Boulle [resenha]

Planeta dos Macacos, resenha (Aleph)

Se você pesquisar “Planeta dos Macacos” no Google, vai se deparar com resenhas, críticas sobre o livro de Pierre Boulle e também séries e filmes.

O livro, entretanto, não tem relação com algumas das produções cinematográficas que o grande público conhece. O filme interpretado por James Franco, apesar do nome, é uma história completamente diferente. Nele os macacos desenvolvem habilidades, depois de um remédio para Alzeheimer ser experimentado naqueles animais e provocar aumento da capacidade cerebral.

No livro de Pierre Boulle, uma nave fica à deriva no espaço. Na obra, a história é narrada por um dos personagens, o jornalista Ulysse Mérou. A tripulação, depois de algum tempo, alcançou o planeta Soror, que tem características geográficas semelhantes à Terra. Ao pousar, eles se deparam com uma situação inusitada em relação aos habitantes. Os seres humanos vivem em um estado primitivo, praticamente animalesco e não possuem a capacidade de falar, articular ideias ou de produzir ferramentas.

Durante a exploração de Soror, eles descobrem que há uma grande civilização que domina tecnologia e processos avançados de construção. Mas, em vez de humanos, os responsáveis por esses feitos são macacos, que caçam os humanos nas florestas.

Ulysses é capturado por um grupo de macacos. Ele então consegue demonstrar que não é um humano igual àqueles do planeta Soror. Ele passa a conviver com os macacos como se fosse um animal, um objeto de entretenimento e curiosidade para todos. Entre as cenas de impacto no livro está o passeio no zoológico, que deixa Ulysses bastante incomodado. Lá ele observa homens, mulheres e crianças presos em jaulas e expostos ao público.

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Opinião sobre o livro

Planeta dos Macacos é um dos clássicos de ficção científica. A minha leitura foi na edição da Aleph que adquire junto com os livros Jurassic Park e Forrest Gump. Como grande fã desse estilo literário, o texto me agradou muito. Os relatos são rápidos, objetivos e prendem a atenção. O narrador também faz apontamentos sobre o comportamento dos macacos e humanos que servem para nós refletirmos sobre as bases em que a nossa sociedade está construída. Ao criticar o modo de vida em Soror, o autor fala, na verdade, sobre valores, práticas e comportamentos da Terra. A ideia que somos semelhança e imagem de um criador é, então, pela nossa condição de humanidade ou capacidade de construir e transformar a natureza?

Versão do cinema

A versão do cinema de Planeta dos Macacos que realmente procura seguir o livro é de 1968 que tem Charlton Heston no elenco. Produzido em um período relevante da história das viagens e pesquisas espaciais, esse filme foi relevante para sedimentar ficção científica de exploração espacial no imaginário coletivo e abrir caminho para outras obras do mesmo segmento. Há ainda outra versão de 2001 com direção de Tim Burton.


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