Som na Faixa: a série da Netflix sobre o Spotify

Início dos anos 2000. A indústria musical sofre o impacto da distribuição sem controle dos arquivos de áudio das músicas. O compartilhamento dos MP3 fica ainda mais acelerado com aplicações como o Napster e o Pirate Bay, que permitem que qualquer usuário possa disponibilizar seus conteúdos on line e procurar o que lhe interessa. Em todo o planeta, gravadoras fecham e profissionais da indústria são demitidos. Por outro lado, os usuários sentem-se livres para buscar e baixar suas músicas preferidas sem custo.

É nesse cenário que surge o Spotify. Na série da Netflix Som na Faixa, o público pode acompanhar como o maior player de música digital do mundo foi desenvolvido. Seus criadores são de uma empresa de tecnologia da cidade de Estocolmo, na Suécia. Ele começou a operar oficialmente em 7 de outubro de 2008.

A série tem seis episódios. Cada um tem aproximadamente uma hora de duração e é focado em um personagem importante dessa história. Na primeira parte, nós conhecemos a visão do Spotify a partir de Daniel Ek, o criador e fundador da plataforma. Observando esse episódio, nada difere da narrativa tradicional do jovem gênio expert em tecnologia que pretende mudar o mundo. Ou pelo menos, uma parte dele. 

Como os demais episódios são focados em outros personagens, o discurso do CEO de tecnologia brilhante, bem no espírito Steve Jobs e Mark Zuckerberg, desaparece um pouco. Aspectos éticos, tecnológicos e de gestão ganham outras abordagens. É aquela ideia de que para cada fato existem várias versões diferentes. As pessoas contam a sua parcela da história. Por isso, diálogos, percepções do ambiente e a forma da narrativa se modificam. O próprio Daniel EK, que no primeiro episódio aparece como um bom moço, tem sua moral questionada ao longo da série.

Som na Faixa é baseado no livro Spotify Untold que conta o percurso de Daniel Ek e seus investidores até o sucesso mundial com a plataforma. A série é uma narrativa dramatizada. Não está no formato documentário. Sobre o livro, seu relato foi construído a partir do depoimento de ex-funcionários, investidores e artistas. O fundador do Spotify não deu seu depoimento, o que abre precedente para que parcelas da história não sejam fieis aos fatos. Independente dessa situação, a série tem seus méritos, inclusive por não ser uma peça publicitária do CEO como normalmente ocorre em obras audiovisuais do mesmo gênero.

Veja o trailer da Série Som na Faixa:

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